Na COP29, ministro Paulo Teixeira apresenta balanço dos primeiros meses do Plano Safra da Agricultura Familiar
Com ênfase na produção de alimentos e práticas sustentáveis, o programa ganha força na luta contra a pobreza rural e no fortalecimento da agricultura familiar no Brasil
A 5ª Reunião do Comitê de Governança e Gestão Estratégica, promovida pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), marcou, nesta quarta-feira (13/11), o segundo dia de agendas do Pavilhão Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). Durante o encontro, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, apresentou os resultados dos quatro primeiros meses do Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/2025. Os números mostram aumento da produção de alimentos, da transição para práticas mais sustentáveis e do combate à pobreza rural.
Os dados apresentados pelo ministro mostram o desempenho das operações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) entre julho e outubro desse ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 2024, houve um crescimento de 4% no volume de recursos financiados, totalizando R$ 29,5 bilhões.
Paulo Teixeira destacou uma mudança significativa: o Pronaf, que antes era voltado majoritariamente para a produção de soja, passou a priorizar a produção de alimentos para a população. "Nós conseguimos fazer uma inversão e aumentamos a produção de alimentos. No Pronaf, a produção de feijão aumentou em 176%; de cebola, 53%; de batata, 24%; de repolho, 56% e de cenoura, 42%. E houve uma redução na produção de soja dentro do programa, que era nosso objetivo", ressaltou o ministro.
Pronaf A como ferramenta de combate à pobreza no campo
Além dos avanços na produção e sustentabilidade, o combate à pobreza rural também foi um dos focos do Pronaf. "Sobre o combate à pobreza no campo, o Pronaf A teve um aumento de76% no número de operações e 134% de aumento no valor financiado", afirmou o ministro, evidenciando o impacto social do programa.
Incentivo à agricultura orgânica e agroecológica
A transição para uma agricultura mais sustentável se reflete em números expressivos, como o aumento de 28,5% no financiamento para práticas orgânicas e agroecológicas. O ministro destacou o crescimento de 53% no Pronaf Bioeconomia, 26% no Pronaf Semiárido e 39% no Pronaf Floresta, que evidenciam o fortalecimento de uma agricultura mais voltada para a preservação ambiental e o uso de técnicas agroecológicas.
Inclusão de jovens e mulheres na agricultura familiar
A inclusão de jovens e mulheres na agricultura familiar também foi ressaltada, com um crescimento significativo nos financiamentos voltados para esses grupos. "Nós também queríamos incentivar a agricultura da juventude, das mulheres. Nós aumentamos em 33% o financiamento para os jovens e em 64% para as mulheres", informou o ministro, destacando o impacto positivo dessas ações no fortalecimento da produção de alimentos e na transformação do cenário agrícola.
Crescimento no Nordeste, Norte e Sudeste
Na comparação regional, os resultados mostram crescimento em diversas áreas. No Nordeste, o número de operações passou de 314.070 em 2023/2024 para 327.408 em 2024/2025, com um aumento no valor financiado, que subiu de R$ 3,38 bilhões para R$ 4,08 bilhões. No Norte, o valor financiado passou de R$ 1,88 bilhão para R$ 2,2 bilhões, e no Sudeste, o valor subiu para R$ 4,56 bilhões. O investimento em máquinas, equipamentos e implementos também foi citado, com um crescimento de 20%, resultando em R$ 6,3 bilhões financiados.
Sustentabilidade e a transição agroecológica
O ministro enfatizou a importância dessas mudanças para o desenvolvimento sustentável e o papel da agricultura familiar nesse processo. "Nós estamos fazendo uma mudança muito significativa com o Pronaf, na produção de alimentos, mecanização, agroecologia, floresta, bioeconomia, mulheres, jovens e microcrédito para chegarmos aos mais pobres. É um resultado que a gente quer comemorar", concluiu.
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