Protagonismo dos catadores na economia circular é tema do G20 Social

Entre as primeiras atividades autogestionadas realizadas no primeiro dia do G20 Social, no Rio de Janeiro, o público presente pôde refletir sobre a importância do trabalho das catadoras e catadores de materiais recicláveis na transição para uma cadeia produtiva limpa e justa, arquitetada por fundamentos da economia circular. Estiveram presentes o representante da Secretaria Nacional de Economia Solidária do MTE, Ary Morais, além de Ilana Alves Canoff do Comitê Interministerial de Inclusão Socioeconômica de Catadores do Governo Federal que abordaram os esforços do Governo para execução do Programa Pró-catador Diogo de Santana que retomou os editais de investimento em cooperativas e associações de catadores após mais de 6 anos de interrupção das políticas públicas voltadas a categoria.

A mesa teve a participação também do catador Anderson Nassif, diretor-adjunto da ANCAT, Associação Nacional das Catadoras e Catadores. A entidade trabalha em diálogo com grandes empresas para cumprimento da Lei 12.305/2010 que responsabiliza os produtores de embalagens pelo destino final ambientalmente adequado dos resíduos pós-consumo. Apesar de ter mais de 14 anos de existência, são poucas as empresas efetivam a logística reversa de seus produtos. As organizações de catadores são as grandes responsáveis pelo reaproveitamento dessas embalagens, mas não são pagas pelo trabalho que realizam.

Com esse desafio, Anderson destacou a experiência de liderar uma cooperativa onde os catadores trabalham em conjunto, tomam decisões coletivas e se remuneram de forma justa, promovendo um ambiente de trabalho democrático. Segundo ele, esse modelo não só preserva o meio ambiente, mas também promove inclusão social, demonstrando o compromisso dos catadores com práticas responsáveis e integradas.

“O mais importante é o Movimento Nacional dos Catadores dar visibilidade a essa pauta se inserindo no mundo, pois o G20 Social não é apenas um evento nacional. A nossa projeção nesse evento para o mundo onde o G20 tem influência. Portanto, reafirmamos aqui nosso protagonismo pela história e ação concreta de inclusão sócio-produtiva da categoria”, declarou Carlos Alencastro Cavalcanti, catador e liderança do MNCR que fez a mediação do debate.

A atividade contou ainda com a presença de Mateus Mendonça, assessor da UNICOPAS, Central do Cooperativismo Popular e Solidário que abordou o tema de novas tecnologias que podem ser incorporadas à rotina dos catadores, desde a coleta até a reciclagem, fortalecendo sua capacidade de liderança e a mudança para uma economia circular mais eficiente.

Por  Davi Amorim, do MNCR, em uma parceria de conteúdos da Comunicação do G20 Brasil