Direitos humanos

Governo coordenará ações de proteção às famílias do Assentamento Olga Benário, do MST, a partir de segunda (13)

Ministra Macaé Evaristo esteve presente no velório das duas vítimas do ataque a tiros ocorrido na noite de sexta-feira (10/01); comunidade passa a integrar o PPDDH

Agência Gov | Via MDHC
12/01/2025 15:26
Governo coordenará ações de proteção às famílias do Assentamento Olga Benário, do MST, a partir de segunda (13)

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) esteve, na manhã deste domingo (12/01), no Assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé (SP), para o velório das vítimas atingidas pelo ataque a tiros ocorrido na noite da última sexta-feira (10/01). De acordo com a ministra Macaé Evaristo, a partir desta segunda-feira (13/01), a equipe do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH), vinculado à pasta, prestará atendimento individualizado no assentamento para dar apoio às famílias.


“Primeiro, queremos prestar nossa solidariedade, mas também procurar entender um pouco mais do que aconteceu. A partir de amanhã, ouviremos cada família para que a gente possa organizar uma agenda que garanta a proteção coletiva da comunidade, que passar por identificar a necessidade de câmeras de monitoramento, por exemplo, até vários outros equipamentos pensados para que a gente possa fazer esse monitoramento”, declarou Macaé Evaristo durante o velório em Tremembé.


No ataque, oito pessoas foram atingidas pelos tiros. Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, e Valdir do Nascimento, 52 anos, morreram na hora. As demais vítimas foram levadas para o Hospital Regional de Taubaté, onde a ministra Macaé também realizou uma visita na tarde de domingo.

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PPDDH

Ainda de acordo com a chefe da pasta, não havia registros de denúncias anteriores referentes à ameaça à segurança do assentamento Olga Benário. “Ninguém aqui tinha ciência de ataque, nem do grupo de atiradores, tanto que este grupo não faz parte do nosso programa de proteção, mas passará a fazer a partir deste episódio”, afirmou.

Para o coordenador-geral do PPDDH, Igo Martini, é necessário fazer esse diálogo com a comunidade para que sejam estabelecidos os próximos passos relacionados às ações coordenadas pelo MDHC. “O primeiro passo é o trabalho que a nossa Ouvidoria vai fazer, de articulação com os órgãos competentes por conflitos agrários e nós, do Programa de Proteção, vamos ouvir todas as pessoas envolvidas e que, por acaso e infelizmente, possam estar em risco para pensarmos as medidas protetivas de acordo com a especificidade de cada uma dessas lideranças”, explicou.

Estima-se que 40 pessoas estiveram envolvidas no ataque aos assentados. Para o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira, trata-se de um crime gravíssimo. “São assentados da reforma agrária, pacíficos, e que estavam dentro de sua área. Os criminosos violentamente invadiram o território e atiraram contra oito pessoas. O que a gente espera, agora, é que este crime seja esclarecido e que os assentados sejam protegidos”, reiterou.

No momento, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania aguarda a execução das investigações para demais declarações. “Qualquer coisa que a gente fale neste momento também é um pouco especulativo, e a gente não quer isso. Queremos uma devida apuração e a responsabilização de quem está por trás disso tudo, se é que há uma organização por trás também”, disse a chefe da pasta.

Missa de sétimo dia

Gilmar Mauro, membro da direção nacional do MST, também anunciou que, no próximo sábado (18/01), às 9h da manhã, haverá uma missa de sétimo dia e um ato político pelos assassinatos dos assentados.

“É nossa obrigação fazer ocupação de terra e fazer a reforma agrária através da luta popular. Queremos convidar todas e todos aqui presentes para exigir, efetivamente, uma investigação e a punição dos responsáveis por esses assassinatos, porque não se trata só dos assassinos, mas também do capital imobiliário, que tenta se expandir às custas das nossas lutas”, afirmou Gilmar.

As famílias de assentamentos de todo o país também foram convidadas a plantar, cada uma, duas árvores em homenagem aos mortos durante o ataque.

 

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