Yanomami e Ye’kwana (RR) recebem formação multiprofissional com foco em proteção a infância
Curso marca início das atividades do CREDHYY e do CAICYY; atividades são voltadas às equipes que atuarão nos dois equipamentos sociais inéditos criados pelo Governo Federal

Teve início, nesta segunda-feira (26/5), o 1º Encontro Presencial da Formação em Direitos Humanos da Equipe Multiprofissional do Centro de Referência em Direitos Humanos Yanomami e Ye'kwana (CREDHYY) e do Centro de Atendimento Integrado à Criança Yanomami e Ye’kwana (CAICYY). O curso é voltado às equipes que atuarão nos dois equipamentos sociais inéditos criados pelo Governo Federal para oferecer respostas estruturantes à crise humanitária vivida pelos povos originários no território Yanomami.
O evento foi aberto oficialmente em Boa Vista (RR), reunindo autoridades federais, representantes indígenas e especialistas. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) esteve representado pelo secretário Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Bruno Renato Teixeira, que destacou o papel estratégico do CREDHYY na política de reparação histórica e na proteção da vida dos povos Yanomami e Ye’kwana.
“O CREDHYY é mais do que um centro de referência: é uma expressão concreta do compromisso do Estado brasileiro com os direitos humanos dos povos indígenas. Estamos estruturando uma resposta duradoura, que respeita os saberes ancestrais e promove justiça, dignidade e autodeterminação”, afirmou o secretário.
A formação oferecida aos profissionais marca o primeiro passo na consolidação das ações dos Centros, que possuem parceria técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
O encontro também contou com a presença de representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS); Casa de Governo; Hutukara Associação Yanomami; Urihi Associação Yanomami; UFRR; Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai); Defensoria Pública da União (DPU); e Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR).
O curso de formação segue durante a semana, até o dia 30 de maio, com oficinas, rodas de diálogo e capacitações específicas voltadas à atuação interdisciplinar, com foco na escuta qualificada, respeito cultural e abordagem humanizada.
“Estamos formando profissionais que serão guardiões e guardiãs da dignidade humana. Defender os direitos dos povos Yanomami e Ye’kwana é um dever de todos nós que atuamos na promoção dos direitos humanos. É preciso garantir que nenhuma vida seja deixada para trás”, concluiu o secretário Bruno Teixeira.
CREDHYY e CAICYY
Com o objetivo de assegurar a presença permanente de equipes capacitadas nos territórios, os Centros Yanomami e Ye’kwana foram idealizados em articulação do Governo Federal, tendo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania à frente da implantação.
O CREDHYY e o CAICYY são frutos de uma ação interministerial que busca romper com décadas de negligência e violação de direitos humanos na maior Terra Indígena do Brasil.
Participando remotamente do encontro, a secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA/MDHC), Pilar Lacerda, reforçou a importância da atuação intersetorial para garantir proteção integral às crianças indígenas.
“A criação do Centro de Atendimento Integrado à Criança Yanomami e Ye’kwana é um avanço sem precedentes na política de promoção dos direitos da infância em territórios indígenas. Estamos comprometidos com ações que respeitam a cultura e asseguram os direitos das crianças de forma plena”, destacou a chefe da Secretaria responsável pela implantação do CAICYY.
A implementação dos centros representa um marco histórico na proteção dos povos Yanomami e Ye’kwana, reforçando o compromisso do governo com a garantia de direitos e o acesso digno a serviços essenciais.
A integração das ações será fundamental para assegurar atendimento qualificado e humanizado, minimizando o tempo de permanência dos indígenas fora de seus territórios e evitando a revitimização nos serviços públicos. O trabalho conjunto entre governo, lideranças indígenas e instituições parceiras continuará para garantir a implementação eficaz desses centros e o fortalecimento da rede de proteção aos povos originários.
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