Ministra destaca redução nas taxas de desmatamento
No programa desta quinta (18), Marina Silva detalhou queda significativa em diferentes biomas, comparando dados entre 2023 e 2024

Durante participação no programa Bom Dia, Ministra desta quinta-feira (14/8), a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou os dados apresentados neste mês pelo Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam reduções nas taxas de desmatamento em diferentes biomas, comparando períodos entre 2023 e 2024: queda de 32% no Cerrado e 72% no Pantanal. Na comparação com dados de 2022, a queda chega a 46% na Amazônia.
Desmatamento no Brasil, que estava desenfreado no governo anterior, ele teve uma queda significativa. Se não fossem os incêndios que aconteceram, teríamos tido uma queda de 8% do desmatamento no último dado do Deter. A mudança do clima está fazendo com que tenha mais desmatamento por incêndio ou por diminuição das chuvas do que por corte raso. No caso dos incêndios, é algo que é motivo de muita preocupação", afirmou a ministra
Ela ressaltou que, pela primeira vez na história, o desmatamento causado por queimadas superou o provocado por corte raso, fenômeno que a ministra associa diretamente à perda de umidade da floresta e ao aumento da vulnerabilidade do país.
O que significa isso? Isso significa que a mudança do clima já é uma realidade avassaladora, que a floresta está perdendo umidade e que os incêndios agora assumem uma dimensão que a gente pode ter no Brasil o que a gente tem em outras regiões do planeta”, explicou
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A ministra apontou que o bioma amazônico é único em suas características, o que torna o combate ao fogo ainda mais difícil. “É uma floresta tropical, uma floresta úmida, árvores com mais de 40 metros de altura, algumas delas com mais de 3 metros de diâmetro. Ninguém tem sequer tecnologia de como fazer combate de incêndio numa floresta densa, como é o caso da floresta amazônica”.
E completou: “A Amazônia é responsável pelo regime de chuva da América do Sul e de uma parte significativa do país, além de produzir 20 bilhões de toneladas de água por dia. Essa água é transformada em vapor e ela se precipita nessas regiões a que me referi. Sem a floresta, nós somos um país altamente vulnerável”.
Transição energética
Ao analisar as causas e impactos da crise climática, a ministra reforçou a urgência de acelerar a transição para fontes limpas de energia e eliminar o uso de combustíveis fósseis.
“O clima está mudando e a temperatura da Terra está aumentando. São 500 mil pessoas que estão morrendo por ano em função da emissão de CO2 por carvão, petróleo, gás e desmatamento. Então, a necessidade de fazer a transição para o fim do uso de combustível fóssil, de carvão, de petróleo, de gás e de zerar desmatamento é uma questão fundamental para manter o equilíbrio e a sustentação da vida no planeta”, disse.
Segundo Marina, o Brasil tem posição privilegiada nessa agenda, com grande potencial para fontes como energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde. “Os esforços que vêm sendo feitos são no sentido de buscarmos outras alternativas: energia eólica, energia solar, energia de biomassa, energia de hidrogênio verde. E o Brasil é rico em todas essas fontes”, afirmou.
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