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'Quando se fala em mudança climática, é preciso ciência, tecnologia e inovação', afirma ministra

Luciana Santos, titular do Ministério da Ciência, Tecnologia, abordou entregas para a COP30, o uso de inteligência artificial no monitoramento climático e iniciativas de transição energética

Agência Gov | Via Secom
16/10/2025 11:30
'Quando se fala em mudança climática, é preciso ciência, tecnologia e inovação', afirma ministra
Diego Campos/Secom-PR
Ministra Luciana Santos elencou uma série de ações do Governo do Brasil conectadas à agenda climática

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou nesta quinta-feira (16/10) do programa Bom Dia, Ministra, do Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Na conversa com profissionais de rádio e de portais, ela destacou uma série de ações do Governo do Brasil conectadas à agenda climática, à transição energética e às entregas do ministério para a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro.

Quando se fala em mudança climática, necessariamente é preciso ciência, tecnologia e inovação. Sem isso, é impossível superar o desafio do aquecimento global”, afirmou a ministra

Entre as 11 iniciativas apresentadas pelo MCTI para a conferência, Luciana Santos destacou o Museu das Amazônias, o AmazonFACE, a Casa da Ciência e o novo supercomputador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — equipamentos e projetos que consolidam o protagonismo do Brasil na produção de conhecimento científico sobre o clima.

O supercomputador, explicou a ministra, tem capacidade para oito quadrilhões de operações por segundo. Na vida prática, isso torna as previsões climáticas dez vezes mais rápidas e precisas. O equipamento é sustentável: opera com energia solar e refrigeração líquida e já usa inteligência artificial para aprimorar o monitoramento dos biomas.

Estamos usando inteligência artificial para garantir maior precisão nas previsões e nos dados sobre o que ocorre nos nossos biomas. Isso fortalece a capacidade do país de agir preventivamente diante de eventos extremos”, destacou

Simulador

Outro destaque, segundo a ministra, é o AmazonFACE, experimento inédito que simula o aumento de dióxido de carbono na floresta amazônica para compreender os impactos das mudanças climáticas sobre a vegetação. “É um campo experimental de referência global”, pontuou a ministra.

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Cemaden

Luciana também ressaltou o papel do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), responsável por fornecer dados estratégicos à Defesa Civil sobre riscos de deslizamentos e inundações.

O Cemaden antecipa informações cruciais. Detecta movimentos de massa e marés, e alerta os municípios com até três dias de antecedência. Isso salva vidas”, explicou

Compromisso — A ministra lembrou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou na COP 29, no ano passado, em Baku (Azerbaijão), o compromisso de o Brasil alcançar a emissão líquida zero até 2050, o que exige inovação e transformação tecnológica. “O Brasil já tem uma das matrizes mais limpas do mundo, mas ainda há desafios no setor de combustíveis. Por isso, estamos investindo na bioeconomia e na lei do Combustível do Futuro”, afirmou.

Transição energética

No campo da transição energética, Luciana Santos anunciou a entrega de uma tecnologia nacional que substitui enzimas importadas na produção do etanol de segunda geração, a partir do bagaço da cana. “Esse coquetel enzimático é um salto para a indústria nacional. Vai reduzir custos em até 30% e fortalecer a nossa soberania tecnológica”, ressaltou.

Bioeconomia

A ministra também destacou a importância de equilibrar a sustentabilidade com o desenvolvimento econômico.

"A gente não tem como falar de equilíbrio ecológico sem falar das pessoas. Nós temos a Região Amazônica, onde moram 30 milhões de brasileiros e brasileiras. É indiscutível a riqueza da nossa biodiversidade e, no entanto, a gente tem os piores IDHs (Índices de Desenvolvimento Humano) do Brasil,  que é uma contradição que nós temos que resolver.

"Por isso essa visão de desenvolvimento sustentável. A bioeconomia é indiscutivelmente uma grande riqueza para a saúde, para alimentos, para muitas questões importantes para o dia a dia do povo, para cosméticos, inclusive muito cobiçada por outros países do mundo. Então, nesse sentido, a gente tem que desenvolver ciência e tecnologia com as comunidades ribeirinhas, com a sabedoria delas e dando sustentabilidade, ou seja, garantindo cadeias produtivas. A gente já está fazendo isso com açaí, com pirarucu, que a gente faz um estudo de viabilidade da cadeia produtiva, agregando valor e, portanto, o caroço do açaí é um grande potencial energético, por exemplo. É a gente garantir uma reversão da qualidade de vida da população dessa região. E só a bioeconomia é capaz de fazer isso", explicou a ministra.

Assista à íntegra do Programa Bom Dia, Ministra

Link: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2025/10/luciana-santos-quando-se-fala-em-mudanca-climatica-necessariamente-e-preciso-ciencia-tecnologia-e-inovacao
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