Lula no G20: “Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”
No encerramento da Cúpula do G20, presidente brasileiro faz um balanço dos avanços construídos no último ano e transmite a presidência do grupo à África do Sul
A Cúpula dos Líderes do G20, no Rio de Janeiro, foi encerrada nesta terça-feira (19/11), em cerimônia que representou o encerramento das atividades da presidência brasileira e a transmissão simbólica do comando do grupo para a África do Sul. Em seu discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço dos avanços alcançados nos últimos meses, com mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras. Enfatizou o legado deixado pela liderança brasileira e apontou para os múltiplos desafios à frente.
Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia. Fizemos um Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e dialogamos com a sociedade por meio do G20 Social”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
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“Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia. Fizemos um Chamado à Ação por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e dialogamos com a sociedade por meio do G20 Social”, elencou Lula, ao apresentar algumas das prioridades da presidência brasileira do G20. Muitas delas foram consolidadas na Declaração Final do G20 , publicada em consenso dos líderes na noite de segunda-feira. ”Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar”, completou.
PRIMEIRA VEZ — Oficialmente, a presidência sul-africana terá início em 1º de dezembro. Será a primeira vez que o continente africano receberá o grupo das maiores economias do mundo — composto por 19 países, União Europeia e União Africana – e o quarto ano consecutivo em que a liderança do G20 caberá a países em desenvolvimento: Indonésia, Índia, Brasil e, agora, África do Sul. Países que, como lembrou Lula, trazem à mesa perspectivas que interessam à vasta maioria da população mundial.
CONEXÃO - Para o presidente brasileiro, a “passagem de bastão” reforça uma conexão simbólica e conceitual entre América Latina e África. “Esta não é uma transmissão de presidência comum. É a expressão concreta dos vínculos históricos, econômicos, sociais e culturais que unem a América Latina e a África. Desejo ao companheiro Cyril Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar”, disse Lula. “Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável”, finalizou o presidente brasileiro.
G20 SOCIAL — Durante as atividades do G20, no Rio de Janeiro, o presidente Lula recebeu Cyril Ramaphosa em reunião bilateral, no dia 17 de novembro, quando solicitou ao líder sul-africano a continuidade das atividades do G20 Social, criado durante a presidência brasileira. Ramaphosa garantiu que vai dar sequência ao movimento que permite a participação social plena para ajudar a pautar as discussões da Cúpula do G20. O Brasil se colocou à disposição para transferir toda a experiência brasileira na presidência do grupo. A Cúpula do G20 Social ocorreu de 14 a 16 de novembro, e terminou com a entrega ao presidente Lula de um documento com a consolidação das demandas da sociedade civil. O G20 Social contou com a presença de mais de 50 mil participantes em três dias de evento, com 17.703 pessoas participando ativamente dos debates.
TRANSFORMAÇÃO - A Declaração do G20 Social insta os líderes ao engajamento por uma transformação efetivamente possível e duradoura. O documento enfatiza três pilares centrais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentamento das mudanças do clima e transição justa; e reforma da governança global. Todos esses temas foram pilares da presidência brasileira à frente do G20 e foram incorporados à declaração final do grupo. Construído com a contribuição de grupos historicamente marginalizados, como mulheres, negros, indígenas, pessoas com deficiência, trabalhadores da economia formal e informal, comunidades tradicionais e pessoas em situação de rua, o texto trouxe a demanda de mais participação desses segmentos nos processos de governança mundial.
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